sábado, agosto 05, 2017

10 razões para não gostar da URSS em 11 fotos

10 fatos verídicos sobre a vida na URSS, depois de os conhecer os jovens iludidos, mas minimalmente inteligentes, alguma vez irão querer viver numa nova URSS, corretamente conhecida como “a cadeia dos povos”.

01. Instabilidade total do quotidiano. Mesmo nas décadas relativamente “abastadas” (aos pobres padrões soviéticos), a maior parte da população vivia bastante mal – nas cidades nos apartamentos comunais superlotados, nas aldeias na total miséria e no excesso de trabalho nos kolkhozes. Muitas vezes as pessoas não tinham a chance de comprar até mesmo os utensílios domésticos mais básicos. As mesmas roupas eram usadas durante décadas ou passavam de geração para geração, as cascas de pão não eram deitados/jogados fora, as meias rotas eram emendadas (com ajuda das lâmpadas redondas), sapatos reparados várias vezes. Um grande número de casas não tinha a canalização central e água quente – estes prédios de apartamentos foram construídos na Belarus socialista ainda no início da década de 1960 (!) – os sanitários estavam localizados na rua, e das comodidades, os quartos tinham apenas o aquecimento central.
Realmente a pobreza e o baixo nível de vida também existia nos países ocidentais e no 3º mundo, mas havia uma grande diferença – com o devido esforço o cidadão sempre conseguiria uma vida melhor, enquanto na União Soviética, o homem foi forçado a viver em tais condições, muitas vezes toda a vida, de seu esforço pessoal dependia  muito pouco. Se Estado soviético decidia que professor universitário deveria viver em um quarto de um apartamento comunal – o cidadão iria viver naquele lugar até o fim da sua vida.

02. A deficit total e a falta de itens mais básicas. Embora os fãs URSS acreditam que deficit é “uma consequência de Perestroika”, na realidade as mercearias soviéticas nunca mostravam a abundância particular de alimentos, especialmente isso era grave nas pequenas lojas na periferia ou simplesmente nas pequenas cidades no interior.
Alimentos como a carne de boa qualidade, peixe mais ou menos decente, repolho sem um traço de podridão, tomate sem ser sujo e danificado, poderiam ser comprados quase exclusivamente nos mercados, onde era comercializada a produção das pequenas fazendas ou mesmo proprietários privados (nos anos finais da URSS). Ou seja, de fato, os produtos de boa qualidade na URSS existiam onde o estado metia o seu nariz o menos possível – onde existia a competição e a luta pelo cliente e pela qualidade. Nas “mercearias” soviéticas clássicas havia frequentes faltas destes ou daqueles produtos, além da existência dos esquemas constantes dos “trabalhadores do comércio soviético”, que separavam a boa comida para si e para “os seus”.

03. As filas constantes. As filas na URSS existiam sempre e pelos todos os bens. Um dos hábitos do homem soviético, criado durante anos – ver a fila, correr, marcar o lugar nela (após discutir com outros cidadãos que chegaram ao mesmo tempo), e só depois perguntar: “o que estão à vender”? ) Mesmo nos anos mais “folgados” de 1950-1960, as lojas viviam constantemente as enormes filas e congestionamentos. As filas eram para comprar as bananas, vodca, os sapatos ou roupas de qualidade. Muitas vezes os adultos levavam à fila os filhos, pois um determinado tipo de produto poderia ser vendido “não mais do que duas peças em uma mão”.
Não se sabe se alguém calculou quanto tempo da sua vida, o homem soviético médio gastava nas filas, possivelmente podemos falar de anos.

04. O trabalho forçado de cidadãos comuns. Além da existente no Código Penal soviético do artigo à penalizar o “parasitismo” (ausência do emprego formal), ao trabalho forçado podiam ser obrigados os cidadãos empregados – desde funcionários de vários institutos de pesquisa científica e outras organizações semelhantes (até os professores e outros cidadãos ilustres), enviados regularmente ao trabalho “escravo” nos kolkhozes e bases hortofrutícolas, obrigando as pessoas colocar as batatas nos sacos ou fazer a triagem do repolho podre. “À batatas” eram enviados também os estudantes de universidades e escolas técnicas.

05. O trabalho forçado de prisioneiros e a criminalização da sociedade. Muitos dos prisioneiros na União Soviética foram forçados à trabalhar muito e duro, sem lhes pagar algum dinheiro. O sistema era uma espécie de semiescravidão. Os que negavam à trabalhar (por exemplo, os prisioneiros políticos) geralmente eram espancados e humilhados por outros prisioneiros (devido aos sistema prisional soviético de responsabilidade coletiva). Com o fim do estalinismo em meados da década de 1950, o sistema de campos de concentração levou um abalo, mas na verdade o trabalho forçado de prisioneiros foi utilizado pelas autoridades até quase o fim da URSS. Além das prisões, na URSS também existia o sistema, de assim chamados, Profilatórios de Tratamento Médico e Lavouro (LTP), onde as pessoas detidas por embriaguez, pública ou privada, eram forçadas a trabalhar.
No entanto, em termos puramente económicos, o trabalho dos prisioneiros foi extremamente inútil – os prisioneiros trabalhavam mal (não estavam interessados ​​nos resultados de seu trabalho), cometiam uma quantidade elevada de erros, exigiam fundos para a sua guarda e acompanhamento, após a libertação tornavam-se mais violentos e amargos. Já em liberdade não se tornavam a parte da sociedade e continuavam a viver, guiados pelas “leis” e a ética prisional.

06. O monopólio do Estado sobre a imprensa/mídia. Na URSS, havia apenas e exclusivamente a mídia imprensa/estatal – isto significa que qualquer notícia relacionada com a vida sóciopolítica passava primeiro a censura para ver se estava em conformidade com a ideologia comunista, e só então podia ser publicada. De acordo com a ideologia, o homem soviético não poderia organizar a Revolta de Novocherkassk, provocar a explosão de uma fábrica nuclear (Desastre de Kyshtym) ou permitir o desastre de Chornobyl – os cidadãos soviéticos sabiam destas notícias anos depois (como de Novocherkassk ou Kyshtym) ou semanas / meses depois, como no caso de Chornobyl.
Na verdade, no sentido pleno da palavra, na União Soviética não existia a imprensa. A matéria publicada nos jornais e expressa na TV ou rádio, muitas vezes não tinha nenhuma relação com a realidade, ou não tinha nenhuma importância real – porque de nenhuma maneira refletia a imagem real da vida na URSS e no exterior, mas apenas contava as histórias no estilo “como é bom viver no país do sovietes”.

07. Mentiras sobre a vida no mundo exterior. Desde os primeiros anos da União Soviética e até mesmo desde os primeiros dias do poder soviético, aos cidadãos soviéticos constantemente mentiam sobre a vida no exterior. As notícias falavam sobre os constantes protestos e comícios “progressistas” nos países ocidentais (em geral, é um fenómeno bastante normal em qualquer país desenvolvido), à fim de gerar nos cidadãos soviéticos o sentimento de que no Ocidente (e no estrangeiro) as pessoas só sonhavam com a revolução e com o comunismo. Nos livros soviéticos e na imprensa/mídia, ninguém comparava os rendimentos reais dos cidadãos soviéticos e estrangeiros, suas oportunidades e direitos, porque essa comparação direta seria longe de ser favorável à URSS.
De literatura estrangeira na URSS era publicado um grande número de escritores medíocres europeus dos meados do século XIX, como James Greenwood ou Hector Malot, que constantemente contavam as histórias da vida de alguns sem-abrigo e mendigos, com o mesmo prefácio soviético das suas obras – “é assim pessimamente vive o povo trabalhador sob o capitalismo!” Naturalmente, os prefácios soviéticos não explicavam que as obras eram escritas uns cem anos atrás e descreviam a vida de segmentos marginalizados da sociedade.

Esta mentira entrou em colapso com as primeiras viagens ao estrangeiro dos cidadãos soviéticos, principalmente aos países ocidentais. Uma história bem conhecida, como uma burocrata soviética tinha visitado um supermercado ocidental, e imediatamente decidiu que toda esta abundância foi trazida “especialmente à sua chegada”. Em seguida (em segredo) chegou ao mesmo supermercado no segundo dia e no terceiro dia veio e começou à chorar.

08. A alcoolização total da população. Naturalmente havia os cidadãos soviéticos que praticavam os diversos desportos, mas uma parte considerável da população masculina (se calhar, a metade) teve, como era de costume dizer “problemas com álcool”.
Por que se bebia na URSS? Um dos fatores do alcoolismo soviético era um certo desespero e incapacidade de mudar nada na sua vida. Um mecânico seria mecânico até o fim dos seus tempos, recebendo o salário de 120 rublos (203 dólares ao câmbio oficial soviético), sem nenhum incentivo de evoluir de alguma forma. O segundo fator – o tédio total e a monotonia da vida soviética. Em geral, a cultura soviética era muito pobre – a glorificação da “guerra civil” (1917-1924) e da “Grande Guerra Patriótica” (1941-1945), a “construção do comunismo”, cartazes, desfiles, a concorrência com o Ocidente. Nos livros – as imagens infinitas de militares ou de natureza, em livros – intermináveis ​​histórias sobre a construção do caminho-de-ferro BAM e dos espiões; na TV – ballet, hóquei, obras de construção e kitsch musical soviético. Foi tudo muito chato e monótono, e qualquer alternativa era quase imediatamente perseguida e destruída.

09. A falta total de proteção do indivíduo face ao estado. A Constituição soviética, o código administrativo e penal soviéticos eram, em geral, anti-legais na sua natureza, contrárias à Declaração Universal dos Direitos Humanos, que declarou a liberdade de todos de expressar os pontos de vista, opiniões, escolhas de vida e convicções. O homem soviético era martelado na cabeça que tudo na URSS é feito “para o bem comum”, que as coisas devem ser feitas de uma determinada maneira, pois o Estado quer e precisa que as coisas assim sejam feitas – embora, na realidade, apenas um punhado de pessoas não muito inteligentes, maus e limitados intelectualmente escreveu as leis soviéticas e construíram na sua base uma sociedade que em resultado foi torta e destorcida.
Agora até os cidadãos dos países mas autoritários das ex-repúblicas soviéticas possuem muito mais direitos do que os cidadãos soviéticos, e, eventualmente, irão possuir mais – é um movimento sem recuo.

10. O encerramento das fronteiras. Os cidadãos soviéticos comuns, felizes com o trabalho forçado, passando horas em uma fila para comprar o papel higiénico e o vinho barato, depois de ler o jornal “Pravda” e assistir o desfile comemorativo de mais um aniversário da “Grande Revolução de Outubro” (celebrado, anualmente no dia 7 de novembro) não eram autorizados de viajar livremente ao exterior – simplesmente porque o mito da “grande e bela União Soviética” só poderia existir em um sistema fechado. Se os cidadãos fossem livres para viajar ao exterior, para se comunicar com os mesmos trabalhadores e camponeses simples nos países desenvolvidos, comparar as realidades e tirar conclusões, o regime soviético teria terminado muito rapidamente.
Texto e fotos @Maxim Mirovich

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