sábado, abril 29, 2017

Tajiquistão: o título completo do Líder da Nação

Uma nova regra entrou em vigor no Tajiquistão na semana passada, que obriga os meios de comunicação social estatais a se referir ao presidente Emomali Rahmon pelo seu título oficial: “O Fundador da Paz e da Unidade Nacional, Líder da Nação, Presidente da República do Tajiquistão, Sua Excelência Emomali Rahmon”, e que leva 15 segundos para passar na tela das principais notícias televisivas.

Embora pareça haver um pouco de margem para que os jornalistas se refiram a ele como meramente “Líder da Nação”, o chefe da emissora estatal disse que os meios de comunicação social devem seguir a nova regra em todas as reportagens oficiais. A mesma regra também está sendo aplicada às agências de notícias e páginas governamentais.

A decisão governamental foi recebida com o humor quase previsível e resignação nas redes sociais, com usuários à oferecerem lhe outros títulos como “o homem na Lua”, “o criador do Universo” e “o magnífico governante dos tajiques”. Argumenta-se que o Tajiquistão tem problemas mais urgentes para resolver em vez de conceder títulos ao seu líder. “Proporcionar a todos os seus cidadãos os empregos e estabilidade e, em seguida, se chamar como quiser, mesmo Todo-Poderoso”, comentou um usuário do Facebook.

Falta de liberdade

O uso de títulos lisonjeiros para com os seus líderes não é incomum na Ásia Central pós-soviética. A imprensa do Cazaquistão se refere ao presidente Nursultan Nazarbayev como Yelbasy (Líder da Nação), enquanto o seu homólogo do Turqmenistão Gurbanguly Berdimuhammedov, goza do título de Arkadag (Protetor).
O presidente Rahmon é líder tadjique desde 1992, e o país tem sido criticado por seu pobre historial em termos dos direitos humanos e a falta de liberdade de expressão, onde insultar o presidente é uma ofensa criminal. Tajiquistão ocupa o 149º lugar entre 180 países no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, elaborado pelos Repórteres Sem Fronteiras, que diz que “a intimidação e a chantagem passaram a fazer parte da vida diária dos jornalistas independentes”, escreve o serviço mundial da BBC.

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