segunda-feira, março 20, 2017

Ucrânia sanciona os bancos russos, os empurrando fora do país

O Presidente da Ucrânia Petró Poroshenko assinou o Decreto № 63/2017, baseado na decisão do Conselho Nacional de Defesa e Segurança (RNBO) de 15 de março de 2017 “Sobre aplicação de medidas económicas e outras restrições (sanções) pessoais especiais” contra uma série de pessoas jurídicas. O alvo de sanções, com a duração de um ano, são cinco filiais de bancos estatais russos, à operarem no mercado ucraniano.

Como é mencionado no Decreto, a decisão de RNBO foi tomada em conformidade com o artigo 5º da Lei da Ucrânia “Sobre as sanções” e tendo em conta as propostas do Banco Nacional da Ucrânia.

As sanções com a duração de um ano foram aplicadas às sociedades públicas de ações “Sberbank” e VTB; “BM Bank” (com o participação do capital do banco russo VTB); “PromInvestBank (com o participação do capital do banco russo VEB); “VS Bank” (com o participação do capital do banco russo), proibindo às instituições visadas o repatriamento do capital fora da Ucrânia e à favor de pessoas jurídicas russas com eles relacionadas (as suas “casas-mãe” russas).

O Gabinete de Ministros da Ucrânia, juntamente com o Banco Nacional da Ucrânia irão garantir a implementação e monitoramento eficaz das sanções e também irão tomar as medidas imediatas de proibição da colocação dos fundos das empresas estatais, instituições, organizações e empresas públicas comerciais, com a comparticipação do capital estatal, nos bancos especificados na decisão do RNBO.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia informou as autoridades competentes da União Europeia, dos Estados Unidos e de outros países sobre a introdução das sanções e levantou a questão da aplicação de medidas restritivas semelhantes às respectivas entidades.

O controlo da execução desta decisão cabe ao secretário do RNBO Oleksandr Turchynov. O decreto entra em vigor na data da sua publicação, 15 de março de 2017.

Por sua vez, a vice-chefe do Banco Nacional da Ucrânia, Kateryna Rozhkova disse que todos os bancos estatais russos que operam no país, estão em negociações para vender os seus negócios.

Os filiais ucranianos de bancos russos, o mais provavelmente serão vendidos às empresas locais [ucranianas] com um grande desconto, disse à RIAN o presidente do Comité da Duma estatal russa dos Mercados Financeiros, Anatoly Aksakov.

Serão vendidos, mas com um grande desconto. Acho que (os filiais dos bancos russos na Ucrânia) serão comprados pelas empresas locais [...] com certeza, também podem ser comprados pelos bancos locais para reforçar a sua posição competitiva, especialmente quando podem comprar [os ativos] abaixo o seu custo real”, – disse Aksakov.

Os bancos estatais russos já manifestaram a sua intenção de se retirar da Ucrânia. Assim, VTB já encontrou um comprador para o seu “BM Bank” e espera concluir o negócio ainda em março. Também decorre o trabalho ativo para a venda de “PromInvestBank”. Segundo o PCA da sua “casa-mãe” VEB,  Sergei Gorkov, a transação está na fase final. Ele expressou a esperança de que as sanções não levarão à uma diminuição no valor do ativo.

Após a imposição de sanções “Sberbank” russo ainda não revelou os seus planos em relação à venda de negócios na Ucrânia. No outono de 2016, o PCA do banco, German Gref, dizia que o banco não tem a intenção de deixar o mercado ucraniano. No entanto, em março de 2017, ele observou que o “Sberbank” vai tomar uma decisão antes do final de 2017.

Blogueiro: realmente, como foi apontado na Internet, a recuperação de Donbas é um processo que pode ser demorado na atual situação geopolítica e geoestratégica mundial. No entanto, o processo de livrar o mercado ucraniano da presença de empresas russas, é um processo mais fácil e mais simples. A saída das empresas do país agressor abrirá a possibilidade de entrada no mercado ucraniano das empresas europeias e de outras regiões e quadrantes economicamente viáveis. O que objetivamente contribuirá ao reforço da segurança nacional da Ucrânia.    

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