sábado, fevereiro 25, 2017

Os crimes do comunismo soviético: fuzilados por criticarem o estalinismo

Nos dias 7 à 13 de fevereiro de 1952, o colégio militar do Tribunal supremo da URSS julgou, à porta fechada, o caso dos 16 jovens moscovitas, pertencentes à organização clandestina de esquerda, chamada “União da luta pela causa revolucionária”. Três organizadores foram condenados à morte, 10 – sentenciados à 25 anos e outros 3 aos 10 anos de GULAG soviético.
Os jovens fuzilados
Os 16 jovens, liceistas e universitários, foram acusados de disseminar os panfletos, produzidos por meio de um hectógrafo, denunciando o sistema eleitoral soviético como antidemocrático. Além de traição, também eram acusados de planear o assassinato do membro do Bureau Político do PCUS e um dos capangas do Estaline, Geórgiy Malenkov. Além disso, uma dos membros do grupo, Susana Pechuro (1933 — 2014), foi acusada de agir de elo de ligação entre a “União” e as “organizações sionistas judaicas”.
Susana Pechuro após a sua libertação do GULAG
A acusação também rezava que “um grupo de nacionalistas judaicos criou uma organização dos traidores, terroristas, cujos membros tinham por objetivo derrubar o regime existente na União Soviética por meio de um levantamento armado e através dos atos terroristas contra os líderes do governo soviético e do Partido Comunista”. Os líderes da organização, Boris Slutsky (1932-1952), Vladlen Furman (1932-1952) e Yevgeny Gurevich (1931-1952) foram fuzilados em 26 de março de 1952, as suas cinzas foram enterradas no cemitério moscovita Donskoy. A única que não se declarou culpada no decorrer do julgamento foi Maya Ulanovskaya (1932). Os sobreviventes condenados viram as suas sentenças reduzidas drasticamente após a reavaliação do caso em 1956, de seguida foram libertados do GULAG. Em 1989, todos os acusados ​do caso, alguns à título póstumo, foram reabilitados “por ausência dos atos de corpo de delito”.

O perfil da “União da luta pela causa revolucionária” (SDR)

O grupo anti-estalinista de esquerda foi formado em 1950 por jovens de 16-17 anos que se reuniam no clube literário do Palácio de Pioneiros de Moscovo. A organização elaborou um programa e manifesto, onde falava da degeneração do socialismo ao capitalismo de Estado, descreveu o regime estalinista como bonapartista e notou a falta de liberdades civis, denunciou as eleições fraudulentas, a natureza imperial de política soviética externa e o estado desastroso de agricultura. A SDR também declarava o desejo de retorno aos “princípios leninistas da sociedade soviética”, que foram “deturpados pelo regime bonapartista estalinista”.
Maya Ulanovskaya no GULAG em 1955
A organização foi desmantelada pelo MGB soviético e os seus membros foram detidos em janeiro – fevereiro de 1951. Após a morte do Estaline, em 1956 o caso foi reapreciado pelo tribunal, as sentenças foram substancialmente reduzidas e os membros sobreviventes libertados. Apenas em 1989 todos os membros do grupo foram reabilitados pelo Tribunal Supremo da URSS.   

Os membros da SDR:

Sentenciados à morte:
Yevgeny Gurevich (1931-1952)
Boris Slutsky (1932-1952)
Vladlen Furman (1931-1952)

Sentenciados à 10 anos de prisão:
Tamara Lazarevna (1932)
Galina Smirnova (1931)
Nina Uflyand (1934)

Sentenciados à 25 anos de prisão:
Irena Arginskaya (1932)
Ida Vinnikova (1931)
Felix Voin (1931)
Grigory Mazur (1931)
Vladimir Melnikov (1932)
Yekaterina Panfilova (1932)
Susanna Pechuro (1933-2014)
Alla Reif (1931)
Maya Ulanovskaya (1932)
Inna Elgisser (1930)

Os herdeiros do MGB-KGB de Donetsk atual

No edifício da atual Academia Musical de Donetsk, anteriormente se situava o KGB, e anteriormente o MGB e NKVD. Antes da guerra russo-ucraniana, o edifício possuía esta placa:
Neste momento a placa foi removida. Em Donetsk ocupada pelos terroristas funciona um órgão punitivo, usando os mesmos métodos e até o mesmo nome – o MGB. Aparentemente, a placa acidentalmente chamou a atenção de alguns oficiais do FSB russo (que fazem se passar pelo MGB). Mais uma prova do que os ocupantes da “dnr” são forasteiros, pois todos os locais conheciam a existência da placa e apenas os forasteiros “libertadores” a viram apenas por acidente, por isso só agora esta foi removida.
O desaparecimento da placa memorial mostra inequivocamente quem tomou o poder em Donetsk. Embora na cidade funcionam os cafés e as pessoas andam calmamente pelas ruas, a situação no território é semelhante ao do grande terror soviético de 1937. As pessoas são detidas e trancadas nas prisões, acusadas de espionagem, dos “crimes” que podem levar ao fuzilamento. Os habitantes dos territórios ocupados desaparecem sem deixar o rasto, os seus bens são expropriados...

O MGB dos terroristas realmente não é diferente do NKVD e do KGB é lógico que os ocupantes removeram a placa, logo que a viram (fonte).

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