quarta-feira, novembro 30, 2016

Ucrânia testará os mísseis no Mar Negro

Nos dias 1 e 2 de dezembro, no sul da Ucrânia decorrerão os exercícios da pesquisa científica, conduzidos pela Força Aérea da Ucrânia, no decorrer dos quais serão lançados os mísseis guiados de médio alcance.
À fim de informar atempadamente os provedores dos serviços aéreos de diferentes países, as companhias aéreas e as tripulações de aeronaves sobre os perigos da utilização do espaço aéreo ucraniano na aérea dos exercícios, no dia 24 de novembro a Força Aérea da Ucrânia emitiu o aviso de interdição aérea da zona dos lançamentos, conhecido como NOTAM. Os lançamentos decorrerão inteiramente no espaço aéreo da Ucrânia, em mar aberto, de acordos com as regras do direito internacional, informa no seu Facebook o Ministério da Defesa da Ucrânia.

O porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, Roman Yurchylo, informou que os exercícios envolverão as tripulações dos aviões de combate e de transporte, o exército de mísseis antiaéreos, pessoal de radar e de comunicações, além de aeronaves não tripuladas. Um dos elementos de exercícios será o lançamento de mísseis de médio alcance (@pravda.com.ua).

Agência noticiosa russa TASS informou que devido aos exercícios ucranianos, as forças russas de defesa aérea na Crimeia ocupada foram colocados em alerta máximo. Os ocupantes russos ficaram tão nervosos que enviaram para Crimeia os sistemas de mísseis “Gladiador” S-300B/BM Antey-2500, embora oficialmente explicaram a presença dos equipamentos pelo facto de os equipamentos antigos serem usados na Síria.
As forças russas em alerta
Pela informação largamente citada na imprensa ucraniana e internacional e que o porta-voz do Kremlin diz desconhecer, o adido militar da embaixada da Ucrânia em Moscovo recebeu a carta oficial do Ministério da Defesa russo, onde a parte russa promete abater os mísseis ucranianos no espaço aéreo sobre a Crimeia e de atacar os lançadores de mísseis, baseados no território da Ucrânia continental.
A cópia da carta da Direção de Cooperação (!) Militar Internacional do Ministério da Defesa russo,
endereçada ao adido militar da Ucrânia em Moscovo
Em resposta, o Secretário do Conselho Nacional da Defesa e Segurança da Ucrânia, Olexander Turchynov pediu a parte russa para não entrar em histerias por causa de mísseis ucranianos. Ele ressaltou que Ucrânia organiza os exercícios em estrita conformidade com todas as suas obrigações e compromissos internacionais, dentro do seu espaço aéreo soberano. Turchynov recordou à Rússia que de acordo com todos os acordos internacionais, o espaço aéreo russo do Mar Negro termina no meio do estreito de Kerch, e nesta área Ucrânia não planeia nenhuns testes de mísseis.
Oleksandr Turchynov
Por sua vez, o porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, nas questões de Operação Antiterrorista (OAT), Andriy Lysenko disse que as FAU vão realizar os exercícios no território soberano da Ucrânia, em conformidade com o seu plano, apesar de quaisquer ameaças.

No que diz respeito a algumas ameaças e coisas similares, isso não pode interferir nos planos das FAU e dos construtores de equipamentos militares, realizados no território de uma Ucrânia soberana”, – afirmou Lysenko numa entrevista, citada pela página Newsru.ua, comentando os relatos sobre as ameaças russas.

Por último, como recorda o Serviço Estatal de Aviação da Ucrânia (avia.gov.ua): “A responsabilidade de serviços de tráfego aéreo no espaço aéreo sobre o alto mar dentro da Região de Informação de Voo (FIR) de Simferopol, em conformidade com a decisão do Conselho da ICAO em 17 de fevereiro de 1997 é delegado à Ucrânia. Por este motivo, Ucrânia é único Estado reconhecido internacionalmente, habilitado a fornecer os serviços de tráfego aéreo dentro da FIR de Simferopol e publicar a informação aeronáutica sobre a FIR de Simferopol (@ newsru.ua).
Blogueiro: a reação russa, que realmente roça o histerismo agudo, tem duas explicações possíveis. A primeira é um bocado conspirativa, diz que os mísseis testados têm a capacidade de atingir a Moscovo. A segunda, mais realista diz que Ucrânia montou ao Kremlin uma armadilha perfeita. Realmente, segundo todos os acordos internacionais e segundo todas as organizações internacionais relevantes, Crimeia e o seu espaço aéreo é a parte integrante da Ucrânia. Se Rússia abater os mísseis ou atacar as forças ucranianas, se tornará, claramente, um agressor e alvo de nova leva das sanções internacionais. Caso contrário, a psique coletivo russo, sobreaquecido pela histeria patrioteira, ficará furiosa com Putin e deixará de o considerar um “alfa macho” relevante. Dado que na Rússia atual a televisão molda a consciência coletiva, é bem possível que Kremlin optará pela terceira via: não fará nada no terreno e providenciará pata que as TV´s afiançarem aos cidadãos que os malvados mísseis ucranianos foram abatidos. A terceira via é uma verdadeira estratégia win-win.

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