sábado, novembro 26, 2016

Lenné-Dreieck: a história da fuga do “inferno capitalista”

A polícia da RDA comunista contempla, através do murro de Berlim, os confrontos entre polícia e os esquerdistas ocidentais
Os blogues esquerdistas costumam publicar a estória dos 182 cidadãos da Alemanha Federal que “fugiram” para RDA. Para provar, que além dos alemães orientais, que fugiam do terror comunista e do STASI, também havia os alemães ocidentais que queriam escapar do “capitalismo opressor”.

Em 31 de março de 1988 as autoridades do Berlim Ocidental e da Alemanha Oriental assinaram um acordo sobre a troca de território, segundo o qual o Berlim Ocidental comprou, por 76 milhões de marcos alemães, diversos terrenos pertencentes à RDA, de 96,7 hectares, entre eles o Lenné-Dreieck (Triângulo Lenné), situado na parte ocidental do Murro de Berlim. A posse do terreno deveria ocorrer em 1 de julho de 1988, pretendendo as autoridades do Berlim Ocidental, usar o Triângulo Lenné para construir a estrada circular de Berlim.
Em 26 de maio de 1988, antes da transferência de território, o Triângulo Lenné foi ocupado pelos diversos esquerdistas do Berlim Ocidental. Eles acamparam no terreno, alegando a protecção da vida selvagem local. A situação política era favorável aos esquerdistas: a polícia de Berlim Ocidental não tinha o direito de invadir o território de RDA, apenas bloqueou o terreno com a cerca metálica, enquanto as autoridades da RDA não mostraram qualquer interesse no que estava acontecendo. Os esquerdistas “rebatizaram” o terreno de Lenné-Dreieck em Kubat-Dreieck. Norbert Kubat foi preso em 1 de maio de 1987 devido a perturbação da ordem pública nas manifestações do 1º de Maio de 1987, em Kreuzberg. Em 26 de maio de 1987, ele cometeu suicídio no centro de detenção, após ver recusada a libertação da prisão preventiva.
Em 1 de julho de 1988 a polícia do Berlim Ocidental escorraçou os numerosos manifestantes esquerdistas do local. Mas 182 deles, usando as escadas improvisadas treparam o Muro de Berlim e chegaram ao Berlim Oriental, onde, por acordo prévio com as autoridades da RDA, os estavam esperando camiões. Os “fugitivos” foram levados à um centro social em Berlim Oriental, onde comeram o pequeno-almoço (café da manhã). Posteriormente, após prestarem depoimentos às autoridades comunistas, e em pequenos grupos, deixaram a RDA através dos postos de controlo normais e voltaram ao Berlim Ocidental. A sua “fuga” da “opressão capitalista”, durou, em média, menos de meio-dia.
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