terça-feira, outubro 18, 2016

“Corpo Nacional”: o novo partido ucraniano da direita não centrista

O Congresso fundador do “Corpo Nacional”, o novo partido ucraniano da direita não centrista, decorreu recentemente em Kyiv, elegendo o seu líder, o deputado do parlamento ucraniano Andriy Biletskiy, mais conhecido como o ex-chefe do regimento especial da Guarda Nacional da Ucrânia, “Azov”, escreve a Novynarnia.com.
O Congresso, que segundo o comunicado de imprensa do “Azov Press” contou com 292 delegados de todas as regiões da Ucrânia, foi saudado pelo dissidente ucraniano da época soviética e primeiro embaixador da Ucrânia no Canadá, Levko Lukyanenko, e pelo lendário comandante do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), Myroslav Symchych,  que passou 32 anos, 6 meses e 3 dias nas cadeias e campos de concentração soviéticos.

O novo partido é formado através da fusão de duas pequenas organizações cívicas, “Movimento social “Ações Honestas” e Patriota da Ucrânia, além do contar com apoio das estruturas do “Corpo civil do Azov”, a o movimento cívico afiliado com o regimento “Azov”.  

Segundo os documentos divulgados, o novo partido se posiciona como “centrado na Ucrânia”. Entre as suas propostas mais sonantes está a reinstalação da pena capital pelos crimes de abuso do poder e de corrupção, desenvolvimento e recuperação do potencial nuclear da Ucrânia, nacionalização das empresas estratégicas, a legalização das armas de defesa pessoal e a criação da Legião Estrangeira ucraniana.  

O partido também propõe a introdução do direito dos cidadãos de não servirem no exército nacional, à troco do pagamento de uma espécie de imposto e da perca do direito do voto.

Em termos da política externa o “Corpo Nacional” defende o aprofundamento da cooperação multissetorial como os países do bloco GUAM e com os países Bálticos. Ao mesmo tempo o partido advoga o rompimento das relações diplomáticas e do acordo de amizade com a federação russa. O restabelecimento destas relações só se prevê após a desocupação da Crimeia e do Donbas e do pagamento das devidas reparações.

Quem é Andriy Biletskiy?
Andriy Y. Biletskiy nasceu em 1979 na cidade de Kharkiv, é historiador de formação. Foi graduado em 2001, com a distinção, pela Faculdade de História da Universidade de Karazin. Desde 2002 é líder da organização “Tryzub”, colaborava com a representação regional do Partido Social-Nacional da Ucrânia (futuro VO Svoboda). Biletskiy se opôs à liberalização do VO Svoboda, formando e chefiando duas organizações da direita radical, “Patriota da Ucrânia” e Assembleia Social-Nacional.

No decorrer do movimento Maydan, os membros do “Patriota da Ucrânia”, juntamente com ativistas das outras organizações da direita, formaram o “Setor da Direita” e Biletskiy se tornou o líder da sua ala paramilitar: “Setor da Direita – Leste”. Com início da guerra russo-ucraniana na Donbas, Andriy Biletskiy se tornou o comandante e fundador do batalhão voluntário “Azov” (o regimento, desde 20 de novembro de 2014). 
No dia 15 de agosto Biletskiy, na qualidade do chefe do Regimento Especial de Polícia “Azov” recebeu os galões de tenente-coronel da polícia ucraniana. No outono de 2014 ele se elegeu ao parlamento da Ucrânia, concorrendo, como independente no circuito uninominal №217 em Kyiv. O seu oponente mais próximo ficou à 15.000 votos.

Blogueiro: imaginamos que o passado radical do Biletskiy será novamente usado para acusar o seu novo partido de vários –ismos nada simpáticos. No entanto, também é verdade, que em 2,5 anos de guerra real, em que o regimento “Azov” participa mais que ativamente, os que constantemente acusam Ucrânia, “Azov” e Biletskiy, não conseguiram apresentar nada ligeiramente procedente, ficando-se pelas tatuagens de alguns membros da sua unidade ou pelo uso da runa Wolfsangel, presente, igualmente, em brasões de armas de pelo menos 15 cidades da Alemanha Federal.

Também é interessante comparar a forma de se vestir e de se apresentar do Biletskiy, o tenente-coronel real da polícia ucraniana e o “coronel” fake “Motorola”, que à semelhança dos chefes tribais, adorava ostentar as diversas “medalhas” atribuídas pelas autoridades juridicamente inexistentes.

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