segunda-feira, maio 09, 2016

O Dia da Mãe: “Se não fosse a guerra”

Svitlana Kondrashova, Oleksiy e Andriy Kondroshov, 40º Batalhão da defesa territorial
Oleksiy foi ferido em 29/9/2014 e passou 2 dias no cativeiro terrorista, Andriy passou lá 20 dias
Para assinalar o Dia da Mãe, a comunidade ucraniana Projeto fotográfico criou uma série de fotografias de militares com as suas mães. “Pois foram as mães que educaram aqueles que hoje defendem Ucrânia”, – escrevem os autores do projeto.
Lyubov Khariv e Vasyl Khariv, 80ª Brigada especial aerotransportada
“Mãe!” – grita um menino e corre para ter com a sua jovem mãe...
Ela se lembra de sua primeira palavra, do primeiro passo, do primeiro joelho machucado e primeira nota escolar.

“Mãe!” - um jovem leva as flores à uma mulher sorridente...
Ela se orgulha do filho já adulto, se lembra de cada sua conquista desportiva e de cada experiência emocional e a qualquer momento está pronta para correr e ajudá-lo.
Olena Katerusha e Oleksandr Katerusha, 72ª Brigada especial móvel, ferido em 5/9/2014 
“Mãe!” – beija cada ruga nas mãos da mãe um homem de cabelos grisalhos...
Ela já se tornou uma avó, ou mesmo bisavó dos seus filhos e netos, ela aceitou e abençoou as suas escolhas de vida, ela ainda se lembra de sua primeira risada e as primeiras lágrimas infantis.

O futuro da nação está nas mãos de mães. Pois foram as mães que criaram e educaram os que defenderam hoje a Ucrânia. Os seus filhos são heróis da Ucrânia moderna! É os seus filhos pagam com a saúde e muitas vezes com as suas vidas pela paz. Graças aos seus filhos, nós as conhecemos.
Tamara Platmir e Yaroslav Platmir, 81ª Brigada aerotransportada de assalto
As memórias não apenas aquecem. Elas também ferem. Especialmente as memórias de centenas de milhares de mães cujos filhos têm aprendido por si mesmo o que é uma guerra sangrenta.

“Mãe...” – escapa junto à um gemido dos lábios rachados quando foi ferido. Ele então pensou nela – querida, amorosa, gentil e tão compreensiva. Pensou que não conseguiu dizer como ama ela. Ou talvez até tive tempo de dizer adeus à ela. Pensou que iria morrer e não sofrerá mais, mas que ela terá que viver com uma dor aguda pela perda por muitos anos. Ele pensou que ela nem sabe onde ele está, porque não lhe disse nada. Pois valoriza a sua vida e a paz de espírito mais do que os próprios. Nem sempre compreendendo que ele é a paz de espírito da sua mãe.
Uliana Vinyarska e Volodymyr Vunyarskiy, Batalhão da Guarda Nacional "Gen. Kulchytskiy" 
Sobre o que ele estava pensando talvez nunca irá contar para não perturbá-la agora. Para quê? Ele sobreviveu, foi salvo, os seus companheiros o retiraram do campo de batalha e os médicos fizeram o impossível.

Só ela sabia o quanto ela sofreu, quantas noites sem dormir, quantas lágrimas tinha vertido suplicando a Deus para que o seu filho sobreviva. Só Deus sabe de quantas balas lhe tinha defendido com as suas orações, de quantos bombardeamentos e emboscadas ele escapou graças ao grande poder do amor maternal.
Oksana Yagelska e Dmytro Yagelskiy, 30ª Brigada especial móvel, ferido em 22/5/2014
Ela cuidou dele, o educou, viu o crescer não para a guerra, mas para a vida: a feliz, brilhante, longa e, acima de tudo tranquila. E ele, o seu Defensor se tornou um Herói. Não porque queria disso, apenas porquê assim foram as circunstâncias, quando ele foi capaz de mostrar as qualidades que sua mãe lhe incutiu desde a infância.

Recebam o novo bloco do projeto voluntário “Se não fosse a guerra”.
Nadiya Semchyshyn e Danylo Semchyshyn, 81ª Brigada aerotransportada de assalto 
Os voluntários conheceram estas famílias nos hospitais, onde os nossos heróis foram tratados após os seus ferimentos. Foi um período difícil de suas vidas, os voluntários tentaram os ajudar e apoiar as suas mães. E conversaram muito com eles, ou melhor, ouviram:
...Como é – telefonar ao seu filho e ouvir que ele é alvejado ou que os blindados avançam contra ele?!
...Como é – gritar ao filho: “Não faça isso! Não vai para lá!”, e ouvir em resposta: “Mãe, esta é a minha profissão! Este é o meu trabalho! e aceitar isso?!
...Como é – receber uma chamada de um número desconhecido e uma voz desconhecida lhe dizer que o seu filho está apenas à beira da morte?!
...Como é - em vez de felicitações pelo seu aniversário ouvir que seu filho se tornou a “carga 200”?!
...Como é – orar na porta de sala de cuidados intensivos, e durante semanas, meses, lutar contra a sua própria impotência?!
...Como é – assistir os vídeos na Internet, onde um terrorista qualquer interroga o seu filho e você não tem como ajudá-lo?!
...Como é – ver nas notícias o seu filho, ferido e ensanguentado e perceber que neste momento vos separam centenas de quilómetros?!
...Como é – quando os seus filhos, passando pelo cativeiro e pelos hospitais voltam para si totalmente grisalhos?!
...Como é – ver o seu filho mutilado nos cuidados intensivos e conter as lágrimas, para não entristece-lo?!
Tetiana Blokhina e Dmytro Blokhin, 30ª Brigada especial móvel
Será que estas mulheres tiveram uma escolha? O que puderam mudar algo, então? Estas questões elas colocaram perante si mesmas mais de uma vez nos últimos meses, em busca de uma resposta porque os seus filhos passaram pelas privações.
Iryna Pasichnyk-Petrinko e Vasyl Petrinko, 3º Regimento especial (spetsnaz)
Estas 12 histórias são exemplos de amor materno incondicional e sacrifício incrível e heroísmo dos filhos. Mãe – ela também é uma combatente. Assim como o seu filho!
Iraida Marchenko e Oleksandr Marchenko, capelão militar, ferido em 6/11/2014
Mães dos heróis, vocês defendem Ucrânia nesta guerra não declarada, entregando a coisa mais preciosa que vocês tem. Mães Heróis, vocês merecem o especial respeito e apreço de todo o povo da Ucrânia!
Olga Zybina e Yevhen Zybin, 17ª Brigada especial de blindados, ferido em 17/2/2015 
Oksana Zavartseva e Victor Andriychuk, batalhão "Kyivska Rus", ferido em 12/5/2015

Sem comentários: