quarta-feira, novembro 11, 2015

A Mulher-Cabelo vs Charlie Hebdo

A senadora russa, membro do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo), chefe do Comité da Política Social e de Saúde, Valentina Petrenko, apresentou publicamente o “seu” cartoon contra o jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, que por sua vez, caricaturou, recentemente, a queda do avião russo A321 no Egito.
Desejando mostrar o cúmulo do patriotismo, e, pelos vistos, sem absolutamente nada de útil para fazer, a senadora patrioteira deu a ordem aos seus assessores para encontrarem uma boa e forte imagem do inferno, para os francesinhos jacobinos levarem com toda a fíria russa...  

Não se sabe se os assessores eram absolutamente estúpidos ou pelo contrário, altamente inteligentes, mas arranjaram para a sua patroa a imagem la-la-la-la (!) do Maydan ucraniano, desenhada em 4.02.2014 pelo cartoonista e cantor ucraniano Yuriy Zhuravel.
A senadora ou não reparou ou nem tinha a capacidade intelectual para reparar em absolutamente nada, nem no rapaz com tridente ucraniano (membro do “terrível” e proibido na Rússia “Setor da Direita”); nem nos pneus à arderem debaixo da caçarola dos pecadores; nem nas fuças do mesmos: presidente Yanukivych, procurador-geral Pshonka e Cº.

A criatividade patrioteira russa se esgotou na colocação de duas frases absolutamente parvas e escritas com erros de pontuação: «Charlie Hebdo não são pessoas: aberrações!» e «O inferno saúda Charlie Hebdo», sem esquecer, contudo, de apagar a assinatura do autor do cartoon.
A própria senadora diz que, desta maneira, respondeu aos cartoons da “Charlie Hebdo”, dedicadas à queda do avião russo no Egito e defendeu: «no direito internacional é necessário um artigo que equipararia os trabalhos dos caricaturistas franceses à um crime», escreve rbc.ru. Os participantes na conferência de imprensa também prometeram tomar as medidas para proibir ao coletivo de “Charlie Hebdo” a entrada na Rússia. “Se eles serão perseguidos pela Interpol em qualquer país e serão processados, ai então, haverá ordem. Haverá mais paz e compreensão mútua”, defendeu a senadora Petrenko.

O jornalista russo, Aleksandr Chernykh, que abordou a senadora e o seu staff na questão do plágio, escreveu no twitter que assessora, autora da “criatividade” se defendeu afirmando: «se a imagem está disponível na Internet no domínio público, é possível pega-la e usa-la».
Os cartoons franceses enfureceram os diversos políticos russos (todos muito patrioteiros e bastante desocupados), que as classificaram desde “cinismo extremo” à “promoção direta do terrorismo” e “sacrilégio”. O editor da “Charlie Hebdo”, Gérard Briard, refutou as acusações contra a sua publicação: «Somos um jornal laico, democrático e ateísta. O conceito de sacrilégio não tem qualquer valor para nós. Nós comentamos as notícias, tal como todas as outras publicações».

2 comentários:

Anónimo disse...

Essa foi demais. rs rs rs rs

Anónimo disse...

O que se passou com o cbelo dele


Eh assim mesmo